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Aurora assina protocolo de investimentos em Canoinhas

Intenção é de investir cerca de R$ 400 milhões em um frigorífico de aves e fábrica de ração

CANOINHAS - Mais de 1,5 mil pessoas participaram ontem, no salão comunitário da Igreja Matriz de Canoinhas, de almoço marcado pela assinatura de protocolo entre o Estado, o município e a Coopercentral Aurora para construção da futura indústria de processamento de aves do Planalto Norte catarinense.

O documento foi assinado pelo governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), pelo prefeito Leoberto Weinert (PMDB) e pelo presidente da Coopercentral Mário Lanznaster, estabelecendo os incentivos fiscais e materiais que as duas esferas da administração pública concederão ao empreendimento. Participou também o diretor administrativo e financeiro da Aurora, Neivor Canton, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc).

Na solenidade, a prefeitura de Canoinhas fez a entrega da escritura de doação do imóvel com 93,3 hectares localizado junto à rodovia SC-280, no km 243, na localidade de Barreiros, onde será construído o abatedouro e a fábrica de rações. Também será doado outro imóvel, com 45 hectares, para instalação do incubatório, distante dez quilômetros do abatedouro. De posse das escrituras, a Aurora vai requerer, de imediato, as licenças ambientais para iniciar a terraplenagem e, em seguida, as edificações. 

O protocolo formaliza a concessão dos benefícios e incentivos por parte do Poder Público para a instalação da indústria de Canoinhas. ?A assinatura desse acordo é essencial para deflagrar o investimento?, explicou Canton. Ele lembrou que a decisão por Canoinhas levou em consideração a existência de base produtiva de grãos e de aves, a oferta de água, a proximidade com portos e centros de consumo, a disponibilidade de mão-de-obra e, principalmente, os incentivos fiscais (isenções e imunidades) e incentivos materiais (terreno, terraplenagem, acesso, asfaltamento, rede de energia, etc.) do Poder Público. 

Simultaneamente à construção do complexo avícola, as duas cooperativas que atuam na região ? Cooperalfa e Coperio ? organizarão a produção no campo, orientando, treinando e capacitando os produtores que se habilitarão com criatórios de aves para fornecer frango de corte para a Coopercentral Aurora. A unidade receberá matéria-prima fornecida por cerca de 1 mil aviários localizados em raio de 60 quilômetros.

 

O COMPLEXO

A indústria de processamento de aves exigirá cerca de R$ 427 milhões em investimentos diretos, na forma de recursos próprios e financiados pelo BNDES: R$ 300 milhões para a obra física e R$ 127 milhões em capital de giro. O complexo avícola incluirá a indústria, o incubatório, as granjas-matrizes e a fábrica de rações. O consumo médio de energia elétrica está estimado em 6.560 KW por mês. Depois de iniciada, a execução da obra exigirá 18 meses de trabalho para a conclusão.

A futura indústria abaterá 300 mil aves por dia e gerará 4.994 empregos diretos, sendo 3.360 postos de trabalho no frigorífico e 1.634 empregos nas demais atividades (transporte, matrizeiros, aviários e terceirizados).

A Coopercentral Aurora não revelou a projeção de faturamento, mas antecipou que cada unidade gerará movimento econômico da ordem de R$ 1 bilhão por ano. Convênio proposto pela Aurora ? com anuência da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina ? permitirá que esse movimento seja apurado e distribuído entre os municípios da futura base produtiva, de modo a impactar positivamente os índices de retorno de ICMS de toda a microrregião e não apenas do município-sede da indústria.

 

ESTRUTURA

Detentora de receita operacional bruta superior a R$ 2 bilhões ao ano, a Cooperativa Central Oeste Catarinense consolida-se como uma das maiores expressões do cooperativismo brasileiro e ocupa vitoriosa posição entre os maiores grupos agroindustriais do País. Com sede em Chapecó, a Aurora reúne 17 cooperativas singulares que, no conjunto, representam cerca de 77,5 mil produtores rurais. Oferecendo um mix superior a 700 produtos, entre carnes de aves e suínos, lácteos e pizzas, a Coopercentral Aurora registra crescente participação no mercado nacional.

         O complexo agroindustrial da Aurora é constituído por três unidades industriais de aves (duas próprias, uma arrendada), oito unidades industriais de suínos (seis próprias, duas arrendadas), uma indústria de lácteos em fase de montagem, quatro fábricas de rações (duas próprias, duas arrendadas), três incubatórios (um próprio, dois arrendados), três unidades armazenadoras de grãos, três granjas matrizes de aves (duas próprias, uma arrendada), três granjas de melhoramento genético de suínos, 32 distribuidores, 45 mil clientes e mais de 12 mil colaboradores.

 

CONVÊNIOS

 

Prefeitos da região, presentes ao evento, tiveram uma surpresa preparada pelo governador Luiz Henrique.

Foram assinados quatro convênios para liberação de verbas.

O primeiro prefeito a ser chamado foi o de Porto União, Renato Stasiak (PMDB). Ele assinou convênio para pavimentação asfáltica, implementação de drenagem e sinalização de dois quilômetros da rodovia SC-478, trecho entre as localidades de Lança e Santa Cruz do Timbó. O valor do convênio é de R$ 1,4 milhão.

Em seguida, o prefeito de Irineópolis Vanderlei Lezan (PMDB) assinou convênio no valor de R$ 1,3 milhão para a pavimentação asfáltica de dois quilômetros da SC-478.

Com o prefeito de Três Barras, Luiz Shimoguiri (PP) e o representante da empresa Mili S.A., Daniel Signori, LHS assinou convênio no valor de R$ 600 mil para concluir o desvio da SC-303, que irá unificar a empresa, hoje dividida pela rodovia.

Com o prefeito de Canoinhas e o representante do Hospital Santa Cruz, Agenor Cristofoli, LHS assinou convênio simbólico com o gerente da Caixa Econômica Federal, Donaldo Kobus. A cada empréstimo feito por aposentados junto à agência de Canoinhas, serão revertidos 2% do financiamento para o HSC.

 

 

DADOS DO EMPREENDIMENTO

 

Início das obras: imediato

 

Investimento: R$ 300 milhões em obras e R$ 127 milhões em capital de giro.

 

Origem do capital financeiro a ser investido: recursos próprios e linhas de financiamento do BNDES.

 

Complexo avícola: abatedouro/indústria, incubatórios, granjas-matrizes e fábrica de rações.

 

Prazo de execução: 18 meses.

 

Áreas de terras: 93,3 hectares para abatedouro e fábrica de rações e 45 hectares para incubatório

 

Volume de abate diário: 300 mil aves

 

Volume de abate mensal: 6 milhões e 300 mil aves

 

Geração de empregos diretos: 4.994 empregos diretos

 

Produtos industrializados: 11.400 toneladas por mês

 

Consumo de energia: 6.560 KW por mês

 

Faturamento anual: não revelado

 

Base produtiva: 1 mil aviários em raio de 60 km

 

Movimento econômico regional: R$ 1 bilhão por ano

 

Benefícios e incentivos por parte do Poder Público: incentivos fiscais (isenções e imunidades) e incentivos materiais (terreno, terraplenagem, acesso, asfaltamento, rede de energia etc)

 

Regiões que disputavam os empreendimentos: Mato Grosso do Sul (Campo Grande), Paraná (Clevelândia), Planalto Norte catarinense (Canoinhas) e Rio Grande do Sul (Carazinho)

 

Vantagens estratégicas: existência de base produtiva de grãos e de aves, oferta de água, oferta de terrenos, a proximidade com portos e centros de consumo, infra-estrutura regional e disponibilidade de mão-de-obra

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